14 de janeiro de 2010

"Como a Evolução Está a Evoluir"

[excerto de artigo]

A ciência convencional sustenta que os seres humanos deixaram de evoluir há cerca de 50.000 anos. A civilização acabou com o processo. Donde que o ser humano da era pré-moderna é o ser humano de hoje e será o ser humano amanhã, certo? Calma aí, dizem os cientistas Gregory Cochran e Henry Harpending. No livro The 10,000 Year Explosion, argumentam que na era moderna a humanidade está a evoluir ainda mais depressa. Desenvolvemos novos traços genéticos tão recentemente quanto na Idade Média. Os judeus Ashkenazi (ou europeus), por exemplo, não apenas parecem ser mais espertos; eles demonstram uma predisposição genética para a inteligência superior. (…)

Cochran e Harpending escolhem os judeus Ashkenazi enquanto exemplo claro de como decisões culturais tomadas há apenas alguns séculos (um nanossegundo na perspectiva convencional da evolução) resultaram já em novas vantagens genéticas. Antes da Idade Média, os judeus Ashkenazi viviam a meio de uma importante rota cultural que ligava a Europa a partes-chave da Ásia. Os judeus foram recipientes de uma enorme variedade genética à medida que povos antigos atravessavam o seu território, nele se estabeleciam, casavam ou apenas copulavam.

À medida que números crescentes de judeus se estabeleciam na Europa durante a Idade Média, regras culturais contra casamentos fora do grupo, ligadas a pressões sociais externas, resultaram num círculo genético relativamente fechado. Os traços cromossómicos mais úteis captados no Levante tornaram-se dominantes à medida que a diluição genética era contida. Mais importante, as condições difíceis na Europa asseguravam um forte imperativo biológico para a adaptação e a sobrevivência.

Na verdade, apesar de a maioria dos europeus ter experimentado a Idade Média como um claro melhoramento relativamente â idade das trevas precedente, os judeus europeus foram perseguidos em grande escala e, em grande medida, impedidos de possuir terra. Desenvolveram um conjunto de estratégias de sobrevivência partilhadas, que aconteceram ser idealmente adequadas para as mudanças que varriam o continente. Privados da capacidade legal de possuir grandes extensões de terra, a maioria foi relegada para cidades e aldeias. Isto deu-lhes uma partida antecipada na vida urbana. As principais ocupações disponíveis para os judeus que se estabeleciam nestes centros urbanos nascentes eram actividades de serviços requerendo literacia e capacidades aritméticas. A inteligência abstracta e as capacidades de raciocínio eram mais valorizadas no interior do grupo do que a capacidade de manejar um machado ou de puxar uma carroça. No decurso de múltiplas gerações, uma ênfase cultural no desenvolvimento de inteligência quantitativa, ao invés de força física, acentuou um traço genético particular à custa de todos os outros. O traço escolhido em questão foi a inteligência. (…)

Os judeus Ashkenazi mostram níveis ligeiramente elevados de esfingolípidos, um tipo de molécula gorda. Os esfingolípidos são comuns nos tecidos neuronais e desempenham um papel importante na transmissão de sinais. Níveis elevados desta molécula podem resultar em mais conexões interneuronais, e portanto num pouco mais de cérebro.

Os autores passam a mostrar que as pessoas com ascendência judaico-europeia, independentemente do seu ambiente familiar, têm resultados acima da média em testes do QI. Estão desproporcionadamente bem representadas nas listas de galardoados com prémios prestigiados em matemática e ciência. Embora representem menos de 3% da população dos EUA, incluem 27% dos prémios Nobel no decurso das duas últimas gerações, representam cerca de um quinto dos directores-executivos de empresas e cerca de 22% dos estudantes da Ivy League [grupo de universidades de elite americanas].

Ao abordarem esta ideia, Cochran and Harpending estão a entrar em território perigoso. O leitor com sensibilidade política provavelmente retrair-se-á perante a noção de que variações genéticas ao longo de linhas étnicas possam resultar em inteligência superior (…) Mas isto é bagagem cultural e não tem relação com os méritos científicos per se do argumento de Cochran e Harpending. (…)

— Patrick Tucker, in "How Evolution Is Evolving", publicado em The Futurist

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