11 de janeiro de 2010

"O Cérebro Global": excerto de livro

(…) Nas suas convulsões mortais, antigas estrelas cuspiram átomos tais como ferro, que este universo jamais conhecera. Os novos pedaços de escombros foram sugados por sóis nascentes que, por sua vez, criaram ainda mais átomos quando a sua corrida terminou. Agora o ferro cuspido por antigas novas vivifica a vermelhidão do nosso sangue. Os ecologistas profundos e os fundamentalistas instam-nos a virar os rostos para trás e os olhos para baixo, de modo a contemplarem um inferno feito pelo homem. Se as estrelas ascendem constantemente, por que razão o entrelaçado de seres humanos, micróbios, plantas e animais não deveria também mover-se constantemente para cima? Os horizontes rumo aos quais podemos voar estão no interior de nós, ansiosos por se libertar, por emergir da nossa imaginação, e então por propulsionar-nos em frente para novas realidades. Temos uma missão a criar, pois somos a evolução encarnada. Somos a consciência da evolução, os seus lobos frontais e a ponta dos seus dedos. Somos matéria estelar de segunda geração tornada viva. Somos parte de algo com 3,5 mil milhões de anos de idade, mas estamos na puberdade em termos de tempo cósmico. Somos neurónios na mente interespécies deste planeta.

— Howard Bloom, in "Global Brain: The Evolution of Mass Mind from the Big Bang to the 21st Century", edição Wiley

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