11 de janeiro de 2010

"Diários de Bicicleta": excerto de livro

Uso uma bicicleta como meio principal de transporte erm Nova Iorque desde o início dos anos 80. Quanfo resolvi experimentar pela primeira vez, o resultado foi agradável mesmo aqui em Nova Iorque. Senti-me energizado e libertado. (…) À época, a minha vida restringia-se à baixa de Manhattan — a East Village e o Soho —, e em breve tornou-se aparente que pedalar era uma maneira fácil de fazer compras de dia e de, à noite, alcançar eficientemente algumas discotecas, inaugurações de exposições ou bares, sem precisar de procurar um táxi ou a estação de metro mais próxima. É certo que em geral não pensamos na prática do nightclubbing e em andar de bicicleta como sendo almas gémeas, mas há tanto que ver e ouvir em Nova Iorque, e descobri que pedalar de um sítio para outro era espantosamente rápido e eficiente. De modo que continuei a fazê-lo, mau grado a imagem de caretice e do perigo, já que à época não havia muita gente que andasse de bicicleta na cidade. Nessa altura os motoristas não esperavam partilhar as ruas com ciclistas, de modo que se atravessavam à nossa frente ou apertavam-nos contra carros estacionados ainda mais do que o fazem agora. Ao ficar um pouco mais idoso. posso ter sentido também que andar de bicicleta era um modo conveniente de fazer algum exercício, mas inicialmente não pensava nisso. Era apenas muito agradável passear pelas ruas sujas e esburacadas. Era exaltante. (…)

— David Byrne, in "Bicycle Diaries", excerto da edição Viking publicado em World Hum

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