11 de janeiro de 2010

"Deixem de Culpar os Pobres": excerto de artigo

(…) Não é por coincidência que a maioria dos que estão obcecados com o crescimento populacional sejam homens brancos abastados em idade pós-reprodutiva: essa é praticamente a única questão ambiental pela qual não podem ser culpados. Por exemplo, James Lovelock, o brilhante cientista dos sistemas terrestres, afirmou no mês passado que "aqueles que não conseguem ver que o crescimento populacional e as alterações climáticas são dois lados da mesma moeda, ou são ignorantes ou estão a esconder-se da verdade. Estes dois enormes problemas ambientais são inseparáveis e discutir um sem discutir o outro é irracional". Mas é Lovelock quem está a ser ignorante e irracional.

Uma monografia publicada ontem na revista Environment and Urbanization mostra que os lugares onde a população tem crescido mais depressa são aqueles nos quais o dióxido de carbono tem crescido mais lentamente, e vice versa. Entre 1980 e 2005, por exemplo, a África sub-sahariana produziu 18.5% do crescimento populacional do mundo e apenas 2.4% do crescimento em CO2. A América do Norte contribuiu com apenas 4% das pessoas a mais, mas com 14% das emissões adicionais. Sessenta e três por cento do crescimento populacional do mundo aconteceu em lugares com emissões muito baixas. (…)

— George Monbiot, in "Stop blaming the poor. It's the wally yachters who are burning the planet", artigo publicado em The Guardian

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