11 de janeiro de 2010

"Os Chimpanzés Não São Humanos, Mas Serão Pessoas?": excerto de artigo

(…) "[os chimpanzés] são um povo. Não são humanos, mas são indubitavelmente pessoas," disse Deborah Fouts, co-directora do Instituto de Comunicação Chimpanzés e Humanos. "Eles não construiram um foguetão para a lua. Mas nós não somos assim tão diferentes".

Fouts conta-se entre o número crescente de cientistas e eticistas a acreditarem que os chimpanzés — bem como os orangotangos, os bonobos e os gorilas, um grupo conhecido coloquialmente como os grandes símios — deviam ser considerados pessoas.

É uma posição controversa. Se ser uma pessoa requer que se seja humano, então os chimpanzés, o nosso parente primata mais próximo, são apenas 98 por cento completos. Mas se o conceito de personalidade for definido mais amplamente, os chimpanzés poderão muito bem qualificar-se. Têm consciência, sentimentos e capacidades cognitivas de alto nível. Não parece passar um mês sem os pesquisadores descobrirem indícios de comportamentos que se julgava pertenceram apenas aos seres humanos.

Há mesmo quem sugira que deviam conceder-se direitos humanos aos chimpanzés e aos outros grandes símios. Assim argumentaram os advogados de Hiasl, um chimpanzé que na Áustria esteve envolvido numa disputa sobre direitos, e os redactores de uma resolução sobre direitos dos símios aprovada pelo parlamento espanhol. Na prática a questão dos direitos é muito espinhosa — como poderia um chimpanzé ser responsabilizado por, digamos, atacar outro chimpanzé? —, mas a questão fundamental não é prática, mas antes científica e ética. (…)

— Brandon Keim, in "Chimps: Not Human, But Are They People?", artigo publicado em Wired

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