(…) O iPod é um exemplo de um objecto maravilhosamente concebido, conveniente e desejável que promete melhorar as nossas vidas, mas cuja promessa, ao reflectirmos, acaba por reforçar, como tantas vezes sucede, o pior na nossa cultura já desnudada. Numa época de atomização e fragmentação social, o iPod reforça o solipsismo e coloca no centro da experiência o indivíduo e aquele temido valor "escolha"; sugere conexão — sempre a promessa implícita da era digital — enquanto impõe a separação; encoraja as pessoas a "dessintonizar" enquanto estão a ocupar espaço social com outras, como se os outros fossem meras irritações; e reduz a experiência da música, que na minha opinião é uma arte e um meio de comunicação inerentemente social e colaborativo, a uma relação pré-seleccionada com o Ego. (…)
— Caspar Melville, in "Hell Is Other iPods", artigo publicado em Utne Reader
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