11 de janeiro de 2010

"As Plantas Reagem"

[excerto de entrevista com Cleve Backster]

Acontece às vezes uma pessoa conseguir referir o momento exacto em que a sua vida mudou irrevogavelmente. Para Cleve Backster, foi de manhã cedo em 2 de Fevereiro de 1966, treze minutos e cinquenta e cinco segundos após o início de um teste poligráfico que estava a conduzir. Backster, um reconhecido perito em polígrafos, cujo Teste de Comparação da Zona Backster é a norma mundial para a detecção de mentiras, tinha nesse momento ameaçado o bem-estar do sujeito da sua experiência. O sujeito reagira electroquimicamente à sua ameaça. O sujeito era uma planta.

Desde então, Backster realizou centenas de experiências demonstrando não apenas que as plantas reagem às nossas emoções, mas que folhas soltas, ovos (fertilizados ou não), o iogurte e amostras de células humanas também o fazem. Descobriu, por exemplo, que células brancas retiradas da boca de uma pessoa e colocadas num tubo de ensaio reagirão electroquimicamente aos estados emocionais do dador, mesmo quando este está ausente da sala, ausente do edifício ou ausente do estado.

Foi em miúdo que li pela primeira vez sobre o trabalho de Backster. As suas observações confirmavam um entendimento que eu então tinha, um entendimento que nem mesmo um doutoramento em física conseguiu mais tarde erradicar: que o mundo está vivo e é senciente.

Conversei com Backster em San Diego, trinta e um anos e vinte e dois dias após a sua observação original, e a um continente inteiro de distância do escritório, na Times Square em Nova Iorque, onde ele outrora vivera e trabalhara. Antes de começarmos, colocou um pouco de iogurte num tubo de ensaio esterilizado, inseriu nele dois eléctrodos de ouro e ligou o registador visual. Ao começarmos a falar, o apontador do dispositivo tremelicou ao de leve. Então, exactamente quando eu ganhava fôlego antes de discordar de algo que ele dissera, o apontador pareceu dar um esticão. Mas ele saltara de facto ou era apenas eu que estava a ver o que queria ver?

A certa altura, enquanto Backster se encontrava fora da sala, tentei enraivecer-me um pouco pensando em florestas devastadas e nos políticos que as sancionam, em crianças abusadas e nos seus abusadores. Mas a linha representando a reacção electromagnética do iogurte manteve-se perfeitamente plana. Talvez o iogurte não estivesse interessado em mim. Eu próprio tendo perdido o interesse, comecei a passear pelo laboratório. O meu olhar foi atraído por um calendário, o qual, numa inspecção mais próxima, revelou ser um anúncio de uma companhia de navegação. Senti um súbito acesso de raiva perante a ubiquidade da publicidade. E então percebi — uma emoção espontânea! Dei uma corrida até ao gráfico, e vi nele um súbito pico, aparentemente correspondendo ao momento em que eu vira o anúncio.

Quando Backster regressou, continuei a entrevista, ainda excitado e talvez um pouco menos céptico. (…)

— Derrick Jensen, in "The Plants Respond", publicado em The Sun Magazine

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